À FÉ É PRECISO UMA BASE, E ESSA BASE É A INTELIGÊNCIA PERFEITA DAQUILO EM QUE SE DEVE CRER; PARA CRER , NÃO BASTA VER É PRECISO, SOBRETUDO, COMPREENDER........

.......NÃO HÁ FÉ INABALAVEL SENÃO AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO FACE A FACE, EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC – CAP XIX


......E CONHECEREIS A VERDADE , E A VERDADE VOS LIBERTARÁ.
EVANGELHO DE JOÃO 8:30

CONTATO PARA ESCLARECIMENTO, DÚVIDA, INFORMAÇÃO E RELATO DE SITUAÇÕES REAIS QUE ESTEJAM OCORRENDO EM SEU CENTRO ESPÍRITA.

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LIVRO DOS MÉDIUNS

Em construção

DISCIPLINA FRATERNA NO CENTRO ESPÍRITA

DISCIPLINA FRATERNA NO CENTRO ESPÍRITA
Transcrito do livro "O Centro Espírita" J. Herculano Pires capítulo VII

A evolução humana se processa no concreto em direção ao abstrato, o que vale dizer da matéria para o espírito ou do corpo para a alma. Na linguagem platônica diríamos: do sensível para o inteligível. Na era cósmica que se inicia com as façanhas da Astronáutica essa evolução se define em termos de ciência e tecnologia.
Quem não vê nesse esquema gigantesco e dinâmico o roteiro da evolução humana? De outro lado, rompemos os véus misteriosos de Ísis nas pesquisas da Física, em que a matéria nos revela as estruturas atômicas da realidade e aparentemente compacta e opaca, que se mostra fluída e transparente, e nas pesquisas psíquicas descobrimos que a nossa natureza não é concreta, mas abstrata, pois não somos corpos, mas espíritos.
A disciplina autoritária e rígida, teve a sua função na disciplinação dos povos bárbaros após a queda do Império Romano. Essa coerção prosseguiu pelos tempos sombrios do medievalismo. Mas a Era da Razão, que surgiu da noite medieval, reivindicou os direitos individuais do homem, na linha ateniense do esclarecimento cultural. O domínio natural da Igreja esgotou-se nos albores do Renascimento, mas o domínio artificial, fundado nos poderes políticos e econômico - financeiros da organização clerical estenderam-se aos tempos modernos e ainda se exerce, embora enfraquecido e estropiado, no mundo contemporâneo, em pleno alvorecer da era cósmica.
O problema da disciplina no Centro Espírita é dos mais melindrosos e deve ser encarado entre as coordenadas da ordem e da tolerância. Não se pode estabelecer e manter no Centro uma disciplina rígida, de tipo militar. O Centro é, além de tudo o que já vimos, um instrumento coordenador das atividades espirituais. No esquema das suas sessões teóricas e práticas a questão do horário é imperiosa, mas não deve sobrepor-se às exigências do amor fraterno.
Temperando-se as exigências da ordem cronológica com o dever da atenção aos companheiros, podemos evitar aborrecimentos perfeitamente superáveis. Claro que esse é um problema a ser sempre esclarecido nas reuniões, para que todos possam ter conhecimento da flexibilidade possível no horário. O simples fato de haver essa flexibilidade, já tira à disciplina o seu aspecto opressivo.
Essa mesma dosagem de ordem e tolerância deve ser aplicada a outros problemas, de maneira a assegurar-se, o mais possível, um ambiente geral sem prevenções, que muito ajudará na realização dos trabalhos. Uma palavra rude, embora não intencional, pode ferir susceptibilidades, prejudicando o equilíbrio por uma insignificância. Os dirigentes de trabalhos devem cuidar de evitar esses pequenos atritos que não raro têm conseqüências muito maiores do que se pensa.
Há pessoas que, por se sentirem mais fortes, decisivas e poderosas que as outras, embriagam-se com a ilusão do poder, desrespeitando os direitos alheios e sobrepondo-se, com rompança, às opiniões dos outros. Atitudes dessa natureza, no meio espírita e no Centro, causam má impressão e constrangimento no ambiente, fomentando malquerenças desnecessárias. Em se tratando de Espiritismo, tudo se deve fazer para manter-se um ambiente de compreensão e fraternidade, sem exageros, tocado o quanto possível de alegria e camaradagem. Num ambiente assim arejado, desprovido de tensões, a espiritualidade flui com facilidade e os Espíritos orientadores encontram mais oportunidades de tocar corações e iluminar as mentes.


Transcrito do livro "Tendências e Tendenciosidades" Cézar Braga Said capítulo IV

Para que se faça parte de um todo, não é necessário que se negue as próprias características pessoais. É tão errado exigirmos submissão, quanto sermos submissos, pois o que se deseja é uma aproximação fraternal para a troca de idéias e estabelecimento de princípios comuns que possam dar unidade às nossas práticas.
Unidade que não deve ser confundida com uniformidade, ou seja, todos fazendo, falando, pensando, agindo da mesma maneira. A isso se opõe a própria evolução, que nos dá um mesmo ponto de partida, simples e ignorantes, mas nos faz desiguais pelas experiências distintas que elegemos ao longo das reencarnações.
Comece-se a sentir o problema do próximo, e a melhor maneira de senti-lo é colocar-se no seu lugar, fazendo por ele o que gostaria que lhe fosse feito.


Transcrito do livro "O Centro Espírita" J. Herculano Pires capítulo VII

Por menor que seja, o Centro dispõe sempre de mais de um setor de atividades. Deve-se fazer o possível para que em todos eles reine um ambiente fraterno, que é o mais poderoso antídoto dos desentendimentos.
Mas a franqueza também é elemento importante na boa solução dos problemas.
A verdade deve estar presente em todos os momentos das atividades espirituais, mas a verdade nunca pode ser agressiva, sob pena de produzir o contrário do que se deseja.
A disciplina de um Centro Espírita é principalmente moral e espiritual, abrangendo todos os seus aspectos, mas tendo por constante e invariável a orientação e a pureza de intenções. Os que mais contribuem para o Centro são os que trabalham, freqüentam, estudam e procuram seguir um roteiro de fidelidade à Codificação Kardeciana. Muito estardalhaço, propaganda, agitação só pode prejudicar as atividades básicas e essenciais do Centro, humanitárias e espirituais, portanto recatadas e silenciosas.
Por isso a disciplina do Centro não pode ser a dos homens, mas a dos anjos que servem ao Senhor tatalando no Céu as asas simbólicas da Esperança. Deixemos de lado a disciplina exigente, para podermos manter no Centro a disciplina do amor e da tolerância. Não lidamos com soldados e guerreiros, mas com doentes da alma. Nossa disciplina não deve ser exógena, imposta de fora pela violência, mas a do coração. Tem de ser a disciplina endógena, que nasce da consciência lentamente esclarecida aos chamados de Deus em nossa acústica da alma.



Transcrito do livro "O Centro Espírita" J. Herculano Pires capítulo III

Mas temos de vigiar a nossa tolerância, para não cairmos no charco da hipocrisia, no fingimento de uma bondade que não possuímos. A regra de comportamento espírita deve ser a de Jesus: "mansos como as pombas, prudentes como as serpentes". O Centro Espírita guarda em seu seio as colheitas da Verdade e precisa defendê-las, mantê-las pura e viva, para com elas saciar a fome do mundo. Jesus imolou-se por essa colheita de sua própria semeadura, mas enquanto foi necessário defender a seara manteve atitudes viris contra os pregoeiros da mentira e da ilusão. Se deixarmos o Centro abandonado à fúria dos fariseus, eles o destruirão sem nenhum escrúpulo, sob rajadas de calúnias e perfídias. O Centro Espírita é a pequena e humilde fortaleza da verdade na terra da mentira. Tem a obrigação de lutar para que a verdade prevaleça em toda a sua dignidade.



Transcrito do livro: "Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas" Divaldo Pereira Franco 1.24

O Espiritismo é a nossa Escola, a nossa oficina, é nosso hospital, nosso santuário e também nosso lar. O lar da fraternidade universal, onde todos nos encontramos para demonstrar que é possível viver-se fraternalmente, sem estarmos a ferir-nos uns aos outros, e, quando isso acontecer, a tolerância virá em nosso socorro, a humanização virá para auxiliar-nos, a qualificação nos dirá que não temos mais o direito de permitir-nos erros, e a espiritização no alcançará à condição de verdadeiros espíritas, mínimas qualidades do Homem de Bem, precisamente definidas em O Evangelho Segundo o Espiritismo.



Transcrito da publicação: "Novos rumos para o Centro Espírita" palestra realizada por Divaldo Pereira Franco na Casa de Oração Bezerra de Menezes em 08/05/98.

Encontramos muitos companheiros cansados desse serviço e, por conseguinte, nervosos, desequilibrados, irritados, queixosos... Estão dando coisas, mas não estão dando o essencial, que é a paz, porque estão sem ela.
A Doutrina nos dá a paz necessária para promovermos a paz. Deveremos trabalhar no Serviço Social, mas não faltemos com a caridade espiritual para nós mesmos, nem para aqueles que freqüentam as nossas casas. Em tudo, o equilíbrio como diz o próprio Codificador.

A MORAL NO CENTRO ESPÍRITA

A Moral no Centro Espírita

Há alguns milênios, o homem vem buscando moralizar a sociedade. Através de codificadores foram instituídos códigos (Hamurabi 1750 AC) e leis (Moisés Século XIII AC) na tentativa de corrigir a conduta inadequada dos homens, tendo dado início ao princípio moral das sociedades.


Transcrito do livro O Centro Espírita Capítulo I - J. Herculano Pires

Dirigentes, auxiliares e freqüentadores de um Centro Espírita bem organizado sabem que a obra de Kardec, em seu caráter cientifico, filosófico e religioso, é uma estrutura dinâmica que exige estudos e pesquisas com o rigor metodológico, realizadas com humildade e bom senso.
Opiniões pessoais, palpites de pessoas pretensiosas, livros de conteúdo mistificador, cheios de absurdos ridículos, não têm nenhum valor para o Centro Espírita. A autoridade moral e cultural dos dirigentes e dos espíritos protetores e guias dos médiuns e dos trabalhos decorre da integração dos mesmos na orientação de Kardec.
A visão espírita de moral consubstancia-se na resposta à questão 629 de O Livro dos Espíritos, no qual encontramos: Que definição se pode dar da moral?
E a resposta dos Espíritos:
"A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus."
A primeira parte da resposta ainda poderia sofrer interpretações extemporâneas baseadas nos costumes e na visão do que significa, o que é bem - proceder. Mas a Segunda parte da resposta diz que a moral "Funda-se na observância da lei de Deus", e a lei de Deus é uma só, invariável no tempo. Portanto, a moral na visão espírita não pode ser flexibilizada nem sofrer interpretações que não estejam vinculadas às leis naturais da vida. (Educação Moral - Educação dos Sentimentos - página 23 - Jason de Camargo)

Nas Obras Póstumas, diz Kardec: (pgs. 383, 384)
"Por melhor que seja uma instituição social, se os homens forem maus, eles a corromperão, desnaturando-lhe o espírito para poder explorá-la em proveito próprio. Quando os homens forem bons farão boas instituições, que serão duradouras porque terão interesse em conservá-las".


Transcrito do livro O Centro Espírita Capítulo II - J. Herculano Pires

Com base na moral espírita devem ser desenvolvidos os serviços do centro e serviços ao próximo, tanto no plano propriamente humano quanto no espiritual.
Os serviços assistenciais à pobreza prestados pelo Centro Espírita constituem a contribuição espírita para o desenvolvimento de uma mentalidade social com novas características. O Centro Espírita deve funcionar como um transformador de idéias fraternas em correntes de energias ativas nesse plano.
No Centro Espírita deve-se sentir que viver e existir são duas possibilidades do ser que se projeta na encarnação.
Com essa percepção revela-se no homem a centelha divina de sua origem espiritual, é o momento espírita da redenção em que o adepto capta, em sua consciência, a sua imortalidade.
Desse momento em diante se integra no Centro Espírita, liga-se a ele, não como um serviçal, mas como o próprio serviço. Assim, a multiplicidade dos serviços do Centro adquire, em sua consciência, a mesma unidade conquistada por ela, ao mesmo tempo que a unidade existencial se volta para todos os serviços que se fundem no serviço único à humanidade, resumindo: servir a Deus no serviço ao próximo.
Sabendo-se, contudo, que os serviços mais urgentes de cada Centro são os de instrução doutrinária, serviço que, bem executado, facilitará a execução dos demais.


Transcrito do livro O Centro Espírita - Capítulo III J. Herculano Pires

O conhecimento dos problemas mediúnicos exige estudo incessante da obra de Kardec, principalmente do Livro dos Médiuns. Sem estudo da Doutrina não se faz Espiritismo, apenas cria-se uma rotina de trabalhos práticos que dão a ilusão de eficiência. O Espiritismo visa a transformação das criaturas para que, mais esclarecidas, sejam dotadas de mentes mais arejadas e coração mais puro.
Devemos por isso manter, no Centro Espírita, a mais plena naturalidade de comportamento, dentro das normas naturais do respeito humano. As modificações exteriores, por serem forçadas e mentirosas, não exercem nenhuma influência em nosso interior.
Como elementos principais da ligação do Centro com a comunidade social do bairro ou até da cidade, os médiuns precisam ter cuidado com a pretensão, a arrogância, a vaidade, antivirtudes que vão transformá-los em elementos negativos na dinâmica social.
Atacar religiões e práticas religiosas dos outros é o meio mais fácil de afastá-los do Centro. Essa crítica só deve ser feita em termos de comparação histórica, em reuniões de estudo doutrinário.
O Centro Espírita não é instrumento de conversão mas também não pode espalhar a dissensão. O objetivo do Espiritismo não é se impor aos outros, mas ajudar a esclarecer os que o procuram.
Outra necessidade que a moral espírita nos recomenda é vigiar a nossa tolerância para não afundarmos na hipocrisia, fingindo uma bondade que não possuímos.
Os espíritas não podem oscilar entre o extremo da arrogância criminosa, geradora de guerras e destruições e o extremo da covardia disfarçada em humildade.


Transcrito do livro O Centro Espírita Capítulo IV J. Herculano Pires

Outra abordagem necessária diz respeito ao preconceito. No processo natural da reencarnação a mestiçagem se dilui, de século em século, pela encarnação de espíritos da raça branca em corpos negros e vice-versa.
Muitos brancos orgulhosos do passado chegam, hoje, às reuniões mediúnicas como negros e índios, pois, a tiveram, em encarnações dessa natureza, a possibilidade de aprender as lições de humildade que os levou a corrigir a arrogância de outros tempos.


Transcrito do livro O Centro Espírita Capítulo V J. Herculano Pires

A moral espírita nos conduz a sentir a presença de DEUS no Centro Espírita. Ele não exige de nós mais do que podemos dar. Sua presença no Centro não exclui ninguém e a todos inclui no seu chamado, contudo, os que distilam veneno não podem percebê-lo e só sentem a presença dos espíritos malévolos.


Transcrito do livro O Centro Espírita Capítulo VI J. Herculano Pires

A moral espírita nos revelou as perspectivas de responsabilidade, subverteu a ordem das aparências convencionais.
A dureza do mundo atual nos mostra que a humanidade entrou na fase da maturidade e tem que aprender a resolver seus problemas por si mesma, por que DEUS marcou os limites da nossa ilusão comodista e nos lançou face a face com os resultados do nosso comportamento no mundo.
O Espiritismo nos consola quando prova que somos imortais, de natureza divina, que a morte é o fim da aprendizagem terrena, que passaremos a um plano superior para prosseguir nossa evolução.
Hoje, a Filosofia Existencial sustenta essa verdade espírita ao afirmar que o homem passa pela existência como um viajante que atravessa uma região estranha que lhe cumpre vencer por si mesmo, adquirindo experiências para avançar em nova direção.

O PODER NO CENTRO ESPÍRITA

O PODER NO CENTRO ESPÍRITA
Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo II

No atual estágio que atravessa o nosso planeta, onde quer que existam seres humanos convivendo, haverá uma relação de poder, existirá uma escala hierárquica, acatada de comum acordo ou imposta segundo os valores e tradições da cultura do lugar e da instituição a que se pertença.
De acordo com a Codificação, a única sujeição que deve existir é a de natureza intelecto - moral. Os caracteres intelectuais se revelam no conhecimento doutrinário e os morais na aplicação desse mesmo conhecimento, dentro e fora do centro espírita.
O escritor Hermínio C. Miranda (livro Diálogo com as Sombras) recorda que: "Liderar é coordenar esforços, não impor condições." E prossegue dizendo: "Num grupo espírita, todos são de igual importância." Quando assumimos uma função no centro espírita que freqüentamos e com o qual nos sintonizamos, não devemos confundir-nos com ela, que é temporária e circunstancial. Cada um de nós é um espírito imortal- eis o que "somos" de fato. A função exercida é aquela em que "estamos".


Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo I

O amor à casa reflete-se também, e principalmente, no amor aos companheiros de causa. De acordo com o escritor Pedro Demo (livro Pobreza Política), participação implica em legitimidade, ou seja, terem o direito de opinar, sugerir e fazer as devidas críticas os que, legitimamente, estão empenhados nos labores do centro. Essa participação, contudo, deve ter o sentido de adicionar elementos para a reflexão do grupo, sem a pretensão de que tudo o que falarmos seja acolhido como o único caminho a ser seguido. Participação implica também em representatividade, pois os que assumiram de boa vontade funções na diretoria, conselhos, departamentos, etc., falam representando os setores aos quais estão vinculados.
Pode haver legitimidade sem representatividade: A pessoa representa a si mesma e não qualquer departamento. Suas credenciais são os seus esforços em prol da harmonia do grupo e do bom funcionamento do centro espírita como um todo.
Pode haver representatividade sem legitimidade: A pessoa tem algum cargo ou função no centro espírita, mas apenas faz parte, pois muito pouco ou quase nada realiza.
Será sempre de bom alvitre sondar as expectativas, impressões e percepções dos que permanecem à margem dos trabalhos sem maiores comprometimentos. Não para fazer um Espiritismo à moda deles ou de quem quer que seja, mas porque o nosso objetivo será sempre o de incluir, aproximar, desfazendo qualquer sentido de casta ou grupo hierárquico, dentro deste recanto de convivência fraterna que é o centro espírita.


Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo II

Divaldo Pereira Franco (livro Diálogo), dialogando com dirigentes e trabalhadores espíritas, analisou o fenômeno da liderança autocrática e afirmou categoricamente: "Parece-me que alguns líderes, em nosso labor, ou melhor, certos trabalhadores mais interessados, ainda não compreenderam que se devem apagar para que apareçam as metas, para que a Doutrina brilhe." Complementando o que disse o médium baiano, Ivan René Franzolim (livro Como Administrar Melhor o Centro Espírita Através das Pessoas) afirma que administrar não pode mais ser confundido com mandar. Ninguém é dono do poder dentro do movimento espírita, porque esse não tem a mesma conotação daquele exercido e legitimado nas diversas instituições do mundo, até mesmo em algumas de caráter religioso. Precisamos evitar certos vezos(costumes) que acabam nos levando a criar padrões hierárquicos e normas baseadas em nossa própria maneira de encarar a vida. Criamos uma segunda doutrina, a doutrina dos espíritas em detrimento da Doutrina dos Espíritos, inclusive atribuindo a Kardec e aos Espíritos Superiores, coisas que eles nunca disseram ou jamais teriam dito.
"A autoridade do presidente é puramente administrativa. Dirigirá as deliberações do comitê(assembléia/conselho), cuidará da execução dos trabalhos e do despacho dos negócios, mas, fora das atribuições que lhe são conferidas pelos estatutos, não poderá tomar nenhuma decisão sem consultar o comitê(assembléia/conselho). Desse modo, evitam-se os possíveis abusos, os motivos de ambição, os pretextos de intriga e inveja e a supremacia que desagrada." Se Allan Kardec fala de ambição, intriga e inveja, não é apenas por conhecer a natureza humana, como por certo a conhecia. Mas por saber que esses sentimentos sempre estiveram presentes nas instituições que o homem criou, determinando, muitas vezes, a derrocada delas.
Ao mesmo tempo, é também muito triste constatar que existem companheiros que assumem uma postura democrática aparente. Abrem espaços para um suposto trabalho em equipe, mas permanecem nos bastidores do centro espírita manipulando os companheiros de ideal. A questão é que todo um trabalho pode ser comprometido quando nos calamos, devendo falar e omitimo-nos, devendo participar. Ficamos a distância, criticando alguém e ou uma situação que poderia estar diferente, se usássemos de sinceridade.


Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo III

É perfeitamente possível e necessário compartilharmos decisões, democratizarmos o planejamento, ouvirmos uns aos outros, deduzindo sob a inspiração dos bons espíritos e do bom senso dos encarnados, os rumos que o centro deva tomar. No entanto, a diluição repentina da hierarquia à qual o grupo está habituado, poderá comprometer o bom andamento das tarefas e até gerar um abandono das mesmas. O que não impede os companheiros de tomarem algumas iniciativas nos departamentos dos seus centros, verificando, por meio de experiências, a viabilidade de se implantar modelos alternativos de gestão.
Um mínimo de hierarquia ainda é necessária, pois se considerarmos as dificuldades que muitos de nós ainda temos em administrar a nossa própria vida, que dirá implantarmos um processo de autogestão de forma repentina no centro espírita.
Entenda-se hierarquia aqui não como subordinação a pessoas, mas a um estatuto, a prazos, horários, objetivos e princípios traçados de comum acordo, sem que nos escravizemos a regras. É, exatamente, isso que nos sugere o Espírito Emmanuel (livro Pão Nosso) ao dizer que: "As convenções definem, catalogam, especificam e enumeram, mas não devem tiranizar a existência. Lembra-te de que foram dispostas no caminho a fim de te servirem. Respeita-as, na feição justa e construtiva; contudo, não as convertas em cárcere ".

DEUS NO CENTRO ESPÍRITA

DEUS NO CENTRO ESPÍRITA
NECESSIDADE DA IDÉIA DE DEUS.

(Transcrito do livro - O grande enigma de Léon Denis - Cap. V )

Desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até a lei que rege os mundos que circulam no espaço, tudo atesta uma idéia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é Deus, causa primária.
A necessidade da idéia de Deus se afirma e se impõe, fora e acima de todos os sistemas, de todas as filosofias, de todas as crenças. É também livre de todo o liame com qualquer religião, a cujo estudo nos entreguemos, na independência absoluta de nosso pensamento e de nossa consciência. Deus é maior que todas as teorias e todos os sistemas. Eis a razão por que não pode O ser atingido, nem minorado pelos erros e faltas que os homens têm cometido em seu nome. Deus é soberano a tudo. O Ser divino escapa a toda a denominação e a qualquer medida, e, se lhe chamamos Deus, é por falta de um nome maior, assim o disse Victor Hugo.
A questão de Deus é o mais grave de todos os problemas suspensos sobre nossas cabeças e cuja solução se liga, de maneira estrita, imperiosa, ao problema do ser humano e de seu destino, ao problema da vida individual e da vida social. O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia. E esta verdade não é inacessível, como veremos; é simples e clara; está ao alcance de todos. Basta procurá-la, sem preconceitos, sem reservas, ao lado da consciência e da razão.
Para elucidar tal assunto, temos agora recursos mais elevados que os do pensamento humano; temos o ensino daqueles que deixaram a Terra, a apreciação das Almas que, tendo franqueado o túmulo, nos fazem ouvir, do fundo do mundo invisível, seus conselhos, seus apelos, suas exortações. Ora, que dizem esses Espíritos sobre a questão de Deus? A existência da Potência Suprema é afirmada por todos os Espíritos elevados. Aqueles, dentre nós, que têm estudado o Espiritismo filosófico, sabem que todos os grandes Espíritos, todos aqueles cujos ensinamentos têm reconfortado as nossas almas, mitigado nossas misérias, sustentado nossos desfalecimentos, são unânimes em afirmar, em repetir, em reconhecer a alta Inteligência que governa os seres e os mundos. Eles dizem que essa Inteligência se revela mais brilhante e mais sublime à medida que se escalam os degraus da vida espiritual.


DEUS NO CENTRO ESPÍRITA
(Transcrito do livro - O centro espírita de J. Herculano Pires - Cap. V)

Deus não pede licença a ninguém para estar em toda parte e em tudo, segundo o próprio dogma da Onipresença Divina, sustentado pelas Igrejas. No centro do Universo está Deus, não em figura mas em realidade, pois se Deus é o Todo em Essência e tudo provém dele, tudo pertence a Ele, tudo é Ele e Ele dirige e governa tudo, é evidente que o Centro Espírita, onde tudo se faz em nome de Deus, não pode estar sem Deus. O ateísmo cristão nos deixa em dificuldades e só temos um jeito de buscar Deus: no Centro Espírita. Porque somente ali, na antiga morada do Diabo, não se acredita que Deus morreu e se continua a falar em seu nome. Porque ali se sabe e se prova, diariamente, através dos processos Kardecianos, que nem o homem morre, quanto mais Deus. A onipotência e a onipresença de Deus são dois mistérios teológicos admitidos por quase todas as religiões. Por que só pode existir um Deus, único e soberano.
É assim que a realidade cósmica, não acessível à inspeção completa do homem, fica ao seu alcance graças à estrutura de leis regulares e universais, que lhe facultam as ligações necessárias a uma visão geral do Universo. Deus é o poder gerador e mantenedor dessa realidade sem limites, e o conceito de infinito, vaga suposição da Antigüidade, se torna positivo pela revelação da unidade orgânica e necessariamente orgânica do Cosmos. Note-se bem: unidade orgânica, semelhante à da nossa estrutura, que é una apesar da multiplicidade dos seus órgãos e membros, porque todos eles pertencem a um organismo único. Da mesma maneira, a unidade orgânica do Cosmos deriva de sua centralização em Deus, que mantém a unidade infinita através da subordinação de todas as galáxias ou constelações de mundos, espaços etéreos aparentemente vazios, mas cheios de força e plasma cósmicos, tudo formando o organismo único. Não seria isso uma ilusão? Os que consideram o Universo como finito e fechado sobre si mesmo dizem que sim. Mas Kardec, já no século passado, antes das conquistas científicas do nosso século, propôs uma teoria que hoje tem a sanção de novas descobertas. Por mais que tentemos dar ao Universo um limite, lembrou ele, por mais que avancemos em nossa imaginação, sempre estaremos em face de espaços que se desenrolam além. Essa prova psicológica da infinitude (baseada ao mesmo tempo em psicologia e lógica) tem hoje a comprovação das conquistas parapsicológicas, que revelam a existência em nós de um poder também sem limites, que é da percepção extrasensorial de realidades que escapam aos nossos sentidos físicos. Não se trata de simples intuição, mas de captação de realidades que estão fora do alcance dos nossos sentidos e dos nossos instrumentos. O homem sente e intui que o Universo é infinito. A percepção extrasensorial, fundada em suas potencialidades inconscientes, continua a dizer-lhe que, para as dimensões do Cosmos, não há limites.
No Centro Espírita a presença de Deus se faz sentir nas manifestações mediúnicas que derrubam as barreiras da morte, pelas declarações unânimes dos Espíritos Superiores, comprovadamente possuidores de conhecimentos muitos superiores aos nossos, pela revelação, comprovada através de pesquisas e experiências científicas de sábios eminentes do século passado e deste século, de que existem no homem potencialidades muito superiores às que ele revela quando encarnado, sujeito aos condicionamentos da vida carnal. Não se trata de dogmas estabelecidos por concílios de cegos supostamente divinos, mas de pesquisas objetivas e controladas pela metodologia científica. Deus não é uma hipótese, mas uma realidade comprovada pelo princípio científico segundo o qual, dos efeitos remontamos às causas. Deus é a fonte causal de toda a realidade. Kardec tirou desse princípio, por ilação lógica amparada pelos fatos, a lei espírita segundo a qual: Não há efeitos inteligentes sem causa inteligente, e a grandeza dos efeitos revela a grandeza da causa. Esse o raciocínio básico das provas espíritas da existência de Deus. Mas além disso a presença de Deus no Centro Espírita se comprova pelas manifestações dos seus mensageiros, os Espíritos Superiores a seu serviço por todo o infinito. Essas manifestações não são constantes e gratuitas, mas ocorrem de maneira inesperada e com finalidades certa. Mas é sobretudo no coração dos humildes que Deus se afirma como realidade viva e atuante, nas sessões de auxílios espirituais. Um coração angustiado de mãe que se alivia e alegra ao receber a visita do filho que parecia morto para sempre, numa comunicação mediúnica oral ou numa aparição pela vidência despertada na mãe. Numa comprovação pela aparição tangível ou materialização, como no caso famoso de Frederico Fígner e sua esposa, que, em Belém do Pará, através da mediunidade de Ana Prado, uma mulher humilde, tiveram a oportunidade de retomar sua filha Raquel novamente nos braços, sentá-la no colo e conversar com ela viva e alegre, que censurava a mãe por se trajar de luto. Numa aparição tangível da sua própria mãe, dada a um sábio famoso que combatia o Espiritismo como superstição infundada, como aconteceu com Césare Lombroso em sessão com a médium Eusápia Paladino, presidida pelo Prof. Chiaia, da Universidade de Milão. Lombroso abraçou a mãe, que falou com ele, e nos dias seguintes declarava num artigo de retratação, pela revista Ombra e Luce, daquela cidade: "Nenhum gigante da força e do pensamento poderia fazer para mim o que fez essa pobre mulher analfabeta arrancar minha mãe do túmulo e devolvê-la aos meus braços". Não eram aparições ocasionais, facilmente atribuíveis a fatores psicoemocionais, mas aparições provocadas em nome de Deus, em sessões experimentais em que o ingrediente Deus não havia sido desprezado. "Com a permissão de Deus", dizem sempre os espíritos agraciados com essas oportunidades de reencontro após a morte.
O Centro Espírita se caracteriza, assim, como o centro de comunicações com os que já deixaram a vida terrena, mas continuam vivos e ativos na outra face da vida. Nada se paga para falar com os mortos, os supostos mortos da nossa ignorância, porque os serviços de Deus são gratuitos desde o nascimento, que é um prodígio de Deus, até a morte, que é a graça de Deus libertando-nos da asfixia da carne, e além da morte, nas maravilhosas possibilidades das manifestações mediúnicas. Deus está no Centro Espírita em que as criaturas se reúnem de coração puro, confiantes no seu poder infinito. O preço da comunicação é geralmente o aparecimento do espírito ou dos que desejam reencontrá-lo. Os dirigentes de centros precisam meditar diariamente nas responsabilidades que assumem ao aceitar os seus cargos, que na verdade são encargos divinos. Deus não exige de nós mais do que podemos dar. Não quer que nos apresentemos a Ele e aos homens com as vestes nupciais da parábola, que ainda não possuímos. Não podemos enganá-Lo com sorriso de falsa bondade, de fraternidade fingida, escondendo nas moitas do coração selvagem a serpente da inveja, da intriga, da censura ao próximo, do julgamento desprezivo do irmão que se senta ao nosso lado. Não vemos Deus no Centro porque não temos condições para isso, mas podemos vê-Lo no semblante sincero e ingênuo e no coração puro dos que não alimentam vaidades e preconceitos negativos ao nosso redor. Deus não está ali, diante de nós, como um Ser visível e corporal. Ele impregna " o Centro, como impregna o recinto de todos os templos freqüentados por criaturas sem maldade e sem reservas. Mas podemos ver o seu rosto no semblante dos que se entregam com amor ao serviço do bem, tocar as suas mãos nas mãos sinceras e boas dos que nos amam sem restrições. E se os hipócritas nos cercam e nos olham com fingida amizade, podemos ser para eles a mensagem do amor e da sinceridade que flui de Deus para o nosso coração. Deus no Centro é Deus em nós, ajudando-nos a crescer com o fermento da fraternidade, que Ele pouco a pouco aumenta em nossa medida de farinha, na proporção em que a farinha do nosso egoísmo absorve o fermento e se transforma no pão que nos alimenta a alma.
Estas não são imagens líricas, mas a verdade espiritual trocadas em figuras e expressões de amor, como as que encontramos nos Evangelhos de Jesus. Não é o autor do livro que as produz, mas os Espíritos benevolentes que, em nome da fraternidade humana, as transmitem aos que desejam servir a si mesmo e ao próximo. Porque aqueles que desejam servir-se na mesa do bem, naturalmente repartem o seu pão com os irmãos famintos de bondade, como Jesus o fez com os apóstolos na estalagem da estrada de Emaús.
Deus no Centro não é a presença exclusiva para ninguém, mas presença inclusiva para todos, a todos incluídos em Seu chamado para a vida do espírito. Os que procurarem compreender e sentir a Sua presença no Centro a levarão consigo para casa. As pretensões de superioridade, o desejo egoísta de se impor aos demais, o ciúme corrosivo e o julgamento do próximo em nosso íntimo ou em nossa língua não nos deixa perceber a bondade de Deus. Os que se sacrificam para melhorar a Terra, dando de si o que podem e muitas vezes o que não podem esses fazem a Vontade de Deus. Os que batem a língua nos dentes para destilar venenos de serpente não podem perceber a presença de Deus no Centro e só percebem os espíritos malévolos e sofredores.

APRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE

O Objetivo da Sociedade Espírita do Rio de Janeiro é o aprofundamento teórico e prático dos ensinamentos emanados da doutrina espírita, baseados em seus livros básicos da codificação de Allan Kardec e literaturas complementares de reconhecido valor doutrinário.


Estudar em grupo enriquece as abordagens sobre o tema. Motiva o estudante ao esforço individual. Faz com que cada componente do grupo trabalhe pelo conjunto. No estudo em grupo trocamos idéias, entendimentos, experiências. Facilita o relacionamento interpessoal.


Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, era adepto do estudo em grupo, exercendo na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, isso entre 1858 e 1869, em pleno século dezenove, intenso diálogo com os espíritos e debatendo as comunicações com os adeptos da sociedade, além de realizar reuniões de estudo do Espiritismo onde todos tinham participação.

Objetivos:

  • Estudar e pesquisar temas de interesse do grupo em geral;
  • Realizar levantamento bibliográfico espírita e científico;
  • Promover intercâmbio com outras instituições espíritas, grupos afins e também pesquisadores autônomos, formando uma rede de comunicação para troca de informações;
  • Divulgar os trabalhos realizados através de periódicos, jornais, boletins, revistas, internet, rádio e outros meios de comunicação;
  • Promover seminários, cursos, debates, oficinas de idéias e vivências, fóruns, palestras e outros.


Lema
Estudar para conhecer, conhecer para praticar, praticar para evoluir e divulgar.

Metodologia dos estudos:
Escolha do tema para estudo.
Levantamento bibliográfico.
Distribuição, entre os membros do grupo da seleção bibliográfica para estudo da mesma.
Apresentação dos estudos.
Encerramento da pesquisa.
Divulgar os trabalhos realizados através de periódicos, jornais, boletins, revistas, internet, rádio e outros meios de comunicação.

Mentor Espiritual: Gabriel Delanne